Entrevista

    Para melhor me informar sobre os painéis solares, de todas as lojas de Energias Renováveis existentes na minha cidade, escolhi uma, à qual fui entrevistar os seus funcionários, com o intuíto de aumentar os meus conhecimentos no que respeita a este assunto. Sendo assim, passo a transcrever a entrevista que realizei, sendo que gostaria de deixar aqui o agradecimento pessoal à instituição por me ter cedido a entrevista e, ainda, por me ter ajudado ao disponibilizar alguma informação que necessitei para a elaboração deste site.

 

Entrevista:

Tendo em conta o tema para a PAP, Painéis Solares, inserido no tema das Energias Renováveis, achei, por bem, informar-me sobre as lojas da minha própria cidade, Chaves. Sendo assim, optei por vir à Onda Calor.

 

1.      Qual o motivo pelo qual resolveram abrir esta loja?

       Entendemos, ser uma boa alternativa do negócio para a nossa zona, as soluções apresentadas pelas empresas da área nesta zona, resultavam um vazio na imensidão de soluções. Uma aposta que consideramos hoje acertada.

 

2.      “Onda Calor” foi o nome atribuído a esta loja. Porquê este nome?

        Empresa na Hora, tinha alguns nomes. Desses, consideramos, os que estavam então disponíveis e optamos pelo Onda de Calor, o mais adequado à área de negócio que íamos apostar (Onda de Calor tem dois sentidos: INVERNO: Aquecemos = Onda de Calor;no Verão, segundo o período de calor que é, também temos soluções para combater o calor ou a onda de calor do período do ano).

 

3.       Quais as marcas que aqui são vendidas? De entre estas, quais são as mais procuradas pelos clientes? 

        Trabalhamos com diversas marcas, as mais conceituadas no mercado, tais como: GASOKOL, SOLART, DAIKIN;MCZ; MESCOLI; HERGOM; FRÜLING; SOLIUS; EMMETI; CALLEFI; BAXIROCA; OPENPLUS; ETC…

        No entanto, julgo o mais importante, são as soluções que a empresa ONDA DE CALOR oferece. E aqui a empresa Onda de Calor, é nos dias de hoje uma empresa de referencia no mercado nacional, e porque oferece um vasto de  soluções, que muitas poucas empresas, conseguem fazê-lo, tais como:

    - Soluções biomassa (uma das 1ªs empresas a instalar biomassa) – Aquecimento alternativo ao Gás e Gasóleo

    - Aerotermia (das empresas que mais soluções tem nesta área, na zona do Porto, Gaia, Viseu, Vouzela, Aveiro, …)-sistema de Bomba e Calor que produzem calor ou frio através do AR

    - Geotermia-o mesmo que a Aerotermia, mas recorre à Terra

    - EHT (Estação Hídrica Térmica)-tem como objectivo primário criar uma “almofada térmica em muita água”, sendo o sistema solar o apoio primário (uma média de 40ºC de temperatura armazenada através de paineis de vácuo heatpipe), e o  apoio secundário a Caldeira (Biomassa, Gás, Gasóleo) ou Bomba. A Caldeira/Bomba terá a função de fazer a diferença de
temperatura depositada na “almofada térmica” gerada pelo sistema solar para a temperatura necessária, para garantir temperatura para o aquecimento (Radiadores 60ºC; UVCs e Piso Radiante 45ºC). Se estiver satisfeito as necessidades térmicas de inércia, temos garantidos os AQS. No caso do sistema por UVC/Piso Radiante, temos necessidade de recorrer a uma resistencia eléctrica para garantir os AQS a 50ºC.

    - Microgeração e Microprodução (Produção de electricidade)

    - Sistemas diversas em soluções solares (CF- Circulação Forçada; TS- Termossifão)

    - Piso Radiante

    - Radiadores

    - UVCs (Unidades de Ventilo Convectores)

    - Pedras Radiantes

    - Projectos Térmicos em RCCTE e RSECE

    - Circuito de calor por ENTALPIA (o 1º projecto em Portugal está a decorrer sob orientação da Onda de Calor em Vilas Boas em Vidago, em que o calor entra em casa, através de uma Central Térmica, conforme entra a LUZ e a ÁGUA.

 

    Todas, estas soluções, normalmente tem presente a EHT, mas afinal o que é uma EHT?

 

    Nos dias de hoje, é possível, reduzir em muito os custos de aquecimento e AQS através de uma EHT. Por exemplo, quem faz aquecimento a uma casa de 200m2, a 20ºC durante 24horas, pode representar um custo acima dos 3.000,00€ ano, com uma ETH, poupa-se 2/3 do custo, com apoio de um recuperador ou uma caldeira biomassa, poderemos chegar a poupanças muito superiores.

 

4.         Tal como pude averiguar, existem dois tipos de painéis solares os fotovoltaicos e os térmicos. Destes, quais são os mais vendidos? Qual a diferença entre eles?

    Os fotovoltaicos e os térmicos são as duas famílias que as soluções solares oferecem, isto é, os fotovoltaicos produzem electricidade, e os térmicos produzem calor. Dentro dos fotovoltaicos (apresentando todos estes a produçao de electricidade, e a eficiencia deles aumenta conforme a ordem que apresento) temos:    

            .: Amorfos

            .: Monocristas

            .: Policristalinos

 

    Já no que respeita aos térmicos (o rendimento e eficiência destes painéis, é correspondente à ordem dos mesmos) temos:

     .: Planos não selectrivos

     .: Planos Semi-selectivos

     .: Planos selectivos ou ultra-selectivos

     .: Vácuo CPC

     .: Vácuo HeatPipe

    Os térmicos são muito mais vendidos, e com o plano do governo com apoio que em 2009 deu, atingiu valores muitos interessantes, em contrapartida os fotovoltaicos são muito procurados para a microgeração, mas a sua logística de inscrição é muito complicada, motivo pelo qual não se instalam mais.

 

5.        No que se refere á instalação dos equipamentos é a própria loja que presta esses serviços?

    Sim. A Onda de Calor, gere o negócio desde o momento comercial, instalação e pós – venda.

 

6.        Após a instalação e a utilização dos equipamentos estes, com certeza, necessitaram de uma revisão para a avaliação da capacidade de funcionalidade. De quanto em quanto tempo esta revisão é necessária?

    Cada solução, difere, e também difere conforme a zona, mas pelo menos uma (mínimo), duas (recomendado), serão as visitas para garantir que o sistema funcione.

 

7.         Desde que estão abertos ao público, sentem que tem havido um aumento na procura destes equipamentos?

    Sim. Pena, que as pessoas desconheçam muito das vantagem que soluções em Energias Renováveis oferecem para redução de custos sem abdicar do conforto, no entanto, é um mercado procurado e em crescimento.

 

8.         Tendo em conta que Chaves é uma das cidade com o Inverno mais frio, sendo que o Verão tem, por assim dizer, uma curta estadia. Consideram que a instalação dos painéis solares é rentável para fazer face a um clima tão agreste? E o aquecimento da casa, conjuntamente com o aquecimento das águas, é produtivo?

    É possível. A Onda de Calor, tem exemplo a norte e centro de resultados muito positivos, e como? Para isso, é preciso adaptar uma EHT – Estação Hídrica Térmica ao sistema existente. Utilizar painéis solares de vácuo HEATPIPE, ao sistema, de forma a que deposite todo o calor em INERCIA (volume de água); com este painéis temos um resultado médio de 40ºC no inverno, logo, o apoio só precisa fazer a diferença de 40ºC para os 60ºC (se a temperatura depositada, em invernos rigorosos, muito frios, mas com sol, o calor depositado poderá ser superior aos 50ºC), fazendo com que o sistema de apoio faça menos temperatura. Se temos inércia de 60ºC, temos aquecimento AQS garantidos por “banho maria”. Muito importante, na EHT, é a quantidade de água no circuito não representar mais que 5% da almofada térmica da EHT, de forma que o retorno do circuito de aquecimento não tenha um efeito “choque térmico” na EHT, passo a explicar: Se tiveres 10litros de água num recipiente, a 60ºC e colocares 0,5litros de água a 10ºC, não existe quebra significativa de temperatura, mas se nos 10litros, misturares com 5litros, existe quebra (choque térmico) de temperatura; Um sistema bem pensado, o retorno pode ajudar a estratificar a EHT, fazendo com que o sistema solar, em cada dia trabalhe em temperaturas mais altas, aumentando a eficiência energética.

    Isto pode parecer complexo, mas explicado ao vido, é muito perceptível, e tudo isto, é a aplicação da física na gestão térmica em casa (porque é que para manter a agua quente em piqueniques se usam os TERMOS?!!! – pensa neste pequeno fenómeno).

    Resumindo: É possível fazer uma excelente gestão de temperatura solar, depositando-a, e com apoio, reduzindo os custos, mas ninguém poderá garantir aquecimento de uma casa com o sistema solar, mas sim um excelente pré-aquecimento.

 

9.         É sabido que este tipo de empreendimento como, por exemplo, os painéis solares não é muito acessível financeiramente. O Estado comparticipa este investimento? Em que percentagem?

    Em 2009 (e talvez se retome em 2010), o estado, para soluções AQS comparticipava à cabeça com 1.641€, nos bancos e a rede CasaPlus, que fazemos parte também era possível deduzir. As comparticipações do Estado, sem estes apoios pontuais e que vão alem das soluções AQS, mas abrangem a BIOMASSA, AEROTERMIA, GEOTERMIA,EHT, …, é 30% do valor investido, nunca ultrapassando o valor do OE (Orçamento de Estado), que em 2010 foi aprovado de 813,00€, isto é, num investimento de 5.000€, em que os 30% é de 1.500€, o Estado comparticipa com o valor máximo de 813€.

 

10.       Hoje em dia, mais que nunca, ouve-se falar muito nas Energias Renováveis. Em que medidas os painéis solares contribuem para uma melhoria do ambiente e para a diminuição ou poupança dos recursos naturais não - renováveis?

    Julgo, que com o conteúdo anterior respondo a esta pergunta, e tudo passa por uma gestão correcta de armazenar o calor que o SOL dá em muita água (EHT), e partir desta solução fazer o apoio e distribuir o calor conforme cada caso. Além, das soluções painéis solares, temos uma excelente solução para que as soluções não - renováveis reduzam drasticamente, que é a BIOMASSA. Estou, desde algum tempo (anos), envolvido na central biomassa da nossa zona (que está a aparecer junto ao MARC – Ecorede, Stellep e Probiomassa), tenho pena que o plano de sustentabilidade deste projecto, que deveria ter inicio em 2006, seja cada vez mais uma miragem, porque se o mesmo fosse implementado, não teríamos a poluição florestal (desorganizado, montes com cinza de pedra, etc), mas sim uma floresta organizada e a produzir matéria prima para a sustentabilidade destes projectos (sem esquecer e empregabilidade que a região precisa).

Acabo como comecei: As Energias Renováveis, é uma área muito vasto, não só PAINEIS SOLARES.